John Ronald Tolkien, em seu memorável O senhor dos anéis, escreveu: Onde não falta vontade, existe sempre um caminho.
O mundo é um sem fim de possibilidades.
Basta, por exemplo, que pela manhã, ao sairmos de casa para o trabalho, tomemos o caminho da esquerda ao invés da direita, ou vice-versa, e tudo pode mudar.
Novos serão os cenários, as paisagens, os odores, os rostos, os quais nos influenciarão os pensamentos, sentimentos, comportamentos.
Basta que façamos uma pequena escolha e tudo pode mudar. Nossa vida pode mudar. A vida dos que amamos pode mudar. A vida de pessoas que nem sequer conhecemos pode mudar.
Não raro, encontramos aqueles que dizem não saber que caminho seguir.
Entretanto, o que é a vida senão um eterno caminhar? E o que é esse caminho senão um sem fim de direitas, esquerdas, avanços, atalhos e... escolhas, escolhas, escolhas.
Não saber que caminho seguir, portanto, é seguir um caminho. Porém, às cegas.
Continuamos a fazer escolhas, a ser responsáveis pelos acontecimentos presentes e futuros de nossas existências.
Embora muitas vezes nos coloquemos numa posição de vítimas, como, se ao largo do caminho fôssemos arrastados e não tivéssemos voz ou voto, são nossos passos que nos conduzem.
São nossas escolhas que nos levam à felicidade ou ao sofrimento.
Nenhum dos mestres que nos serviram de exemplo no curso da Humanidade, nem mesmo o Mestre por excelência, Jesus, caminharam ou fizeram escolhas por nós.
Todos nos apontaram a direção. Ofertaram-nos diretrizes, despertaram nossa consciência para que nossas decisões fossem mais acertadas.
Todavia, não ceifaram nosso poder de deliberação.
Se não soubermos para onde estamos caminhando, lembremos: nosso caminho são nossas escolhas.
São nossas decisões que determinam o chão no qual pisamos, a liberdade da qual desfrutamos, os corações que habitamos, os sorrisos que sorrimos, as lágrimas que derramamos, os laços que estreitamos.
Caminhar é escolher...
* * *
Escolhamos a paz, pois a paz muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo.
Escolhamos ofertar e receber o perdão, pois perdoar é curar-se, é lembrar sem se ferir, sem sofrer. É uma decisão.
Escolhamos a caridade, virtude que, discreta, nos torna irmãos.
Escolhamos a humildade, a fim de valorizarmo-nos o necessário, mas sem nos sentirmos superiores a ninguém.
Escolhamos o silêncio, para ter as respostas de todas as perguntas.
Escolhamos a alegria, pois, para sermos felizes, não dependemos daquilo que nos falta e sim do bom uso daquilo que temos.
Escolhamos o amor, pois, escolhendo o amor, estaremos garantindo que todas as nossas escolhas sejam corretas.
Tenhamos coragem de escolher, ainda que envoltos por indecisões tamanhas. Lembremo-nos: são as nossas escolhas que determinarão por onde seguirá a nossa estrada.
Redação do Momento Espírita, com citação inicial
do livro O Senhor dos anéis, de J. R. R. Tolkien,
ed. Martins Fontes.
Em 26.10.2015.
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