6 de ago. de 2024

Crianças do hoje, sociedade do amanhã

 

É comum crianças reclamarem por terem que se levantar cedo, tomar o café, vestir o uniforme e irem para a escola.

Algumas se queixam das lições a fazer, dos trabalhos exigidos pelos professores            porque, após as aulas, gostariam de brincar, assistir TV, ficarem ligadas nos seus games.

No entanto, outras, que estão sem acesso à escola, sonham exatamente com essa rotina.

Sonham com o dia em que terão uma mochila às costas, com cadernos e livros escolares. Alguns, mais ousados, sonham com o acesso ao computador, ao celular, à internet.

Recentemente, as mídias mostraram o caso de uma dessas sonhadoras. Ela foi vista nas ruas a vender doces.

Chamou a atenção por se dirigir aos passantes no idioma espanhol. Duas senhoras resolveram dialogar com ela e descobriram que a menina, natural do Equador, fala fluentemente quatro idiomas.

Além do pátrio, o francês, italiano e russo.

Contou que seus pais trabalham no circo. Por isso, aprendeu, rápida e naturalmente, algumas línguas, durante as viagens pelos demais países.

Simpática, afirmou que adora animais e seu sonho é ser veterinária.

As senhoras resolveram pagar por todos os seus doces, sem levá-los, deixando para que os vendesse a outras pessoas.

Feliz e ingênua, a garota disse que iria juntar aquele dinheiro para comprar uma casa para os seus pais.

Ela sonha em adentrar à Universidade, mas quando uma pequena soma de dinheiro lhe é depositada em mãos, como filha devotada, lembra de presentear os pais.

Como ela, muitas crianças andam pelo mundo.

Algumas, portas adentro dos nossos lares e lhes descobrimos a vontade de aprender, de trabalhar, de produzir, de ser um cidadão contribuindo de forma eficaz com a sociedade.

Outras, são como essa garota: andam pelas ruas ou vivem em casebres, pendurados em morros ou na periferia das grandes cidades.

Merecem nosso olhar cuidadoso.

Cientes de que uma nova geração vai se apresentando, nesta fase de transição planetária, cabe-nos, pais, educadores, pessoas de bem, cuidar desses pequenos.

Necessário lhes proporcionarmos condições para que suas realidades sejam adequadas ao que se espera no futuro.

Desejamos uma sociedade com mais equidade, igualdade, solidariedade.

Desejamos uma nação de homens conscientes e cidadãos operosos.

Contribuamos pois, não relegando ao abandono essas almas que apenas desabrocham na carne.

Alimento para o corpo em desenvolvimento, abrigo das intempéries e dos perigos das ruas, escola para instrução, lar para a educação, moral cristã para o correto crescimento e produção no bem.

Essa geração especial, que está enriquecendo nossas vidas, com novas formas de agir e de pensar, merece nosso cuidado.

Sobretudo, não lhe coloquemos maiores obstáculos ao progresso, à concretização dos seus sonhos de trabalho e felicidade.

O amanhã depende de nós. Essas vidas frágeis necessitam de quem as abrigue, acolha, lhes oferecendo condições de ascensão.

O mundo melhor se constrói com homens melhores. Não somente nós. Também e especialmente esses que nos parecem, por vezes, filhos de ninguém, transitando pelas vielas do mundo.

Redação do Momento Espírita.
Em 29.10.2022





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