Todos fomos criados por Deus, frutos do Seu amor.
Espíritos imortais, nascemos e renascemos muitas vezes neste planeta.
Foi Jesus quem nos asseverou que daqui somente sairíamos quando tivéssemos pago até o último centavo.
Ou seja, quando tivermos cumprido nossa etapa de progresso neste mundo e resgatado dívidas que tenhamos contraído, ao longo das tantas vidas.
Embora nem todos saibam, nascemos ora em corpos masculinos, ora em corpos femininos. Isso nos permite avançarmos em todos os sentidos e adquirirmos todas as experiências possíveis.
Em qualquer das experiências temos chance de desenvolver e aprimorar conhecimentos, sentimentos e moralidade.
Experimentando uma e outra roupagem carnal, vamos nos projetando no rumo da perfeição, que determina a exata equação entre força e doçura, coragem e ponderação, arrojo e prudência, decisão e sentimento.
Isso nos diz que homens e mulheres devemos gozar dos mesmos direitos e termos idênticas chances de demonstrar nossas capacidades.
Recordamos de uma baiana, casada com um militar, que enviuvou aos vinte e nove anos e precisou criar sozinha os filhos.
Quando o Brasil se envolveu na Guerra do Paraguai, foram os três filhos convocados para o exército: eram dois médicos e um cadete.
De forma inusitada, Ana Justina Ferreira Néri escreveu para o Presidente da Província se voluntariando para ser enfermeira durante o conflito.
Aceita, mudou para o sul do país, onde aprendeu noções de enfermagem.
Aos cinquenta e um anos, foi incorporada ao Décimo Batalhão de Voluntários.
Com poucos meios materiais disponíveis e um número enorme de doentes, realizou um trabalho exemplar.
Em Assunção, perdeu um dos seus filhos. Graças à pensão vitalícia a que tinha direito, conseguiu manter sua nova família, pois voltando ao Brasil, trouxe consigo três órfãos de guerra.
Foi homenageada, pelos seus feitos, pelo Imperador. É considerada a pioneira da enfermagem, em nosso país.
Por isso, a primeira escola oficial de enfermagem no Brasil, fundada por Carlos Chagas, recebeu o seu nome: Ana Néri.
* * *
Fomos todos criados simples e ignorantes, necessitados de inúmeras experiências para construirmos nosso saber e nosso sentir, individuais.
Homens e mulheres somos os construtores nos campos da vida, contribuindo para o progresso geral.
Alguns nos sobressaímos nas ciências, nas artes. Outros produzimos, em outras frentes que, igualmente, colaboram para o bem-estar geral.
A Sabedoria Divina nos criou com potencialidades que devemos fazer desabrochar. Por isso, somos tão diferentes em qualidades, em condições de produção, em saber, em conhecimento.
É esse diferencial extraordinário que confere ao mundo o colorido do progresso, que se manifesta a cada dia.
Cientes de que cada qual colabora de alguma forma, a mensagem é de que nos demos as mãos para construirmos, de forma mais acelerada, o mundo melhor que tanto sonhamos.
Redação do Momento Espírita, com base em dados
biográficos de Ana Justina Ferreira Néri.
Em. 13.2.2021.
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