
6. Excursões – Parte I
Como nos dias anteriores, Rachel Steingruber conta para suas novas amigas sobre suas vivências no Brasil.
„Rebecca e eu visitávamos, alternadamente, a selva do norte e também a região pantanosa do sul. Longas distâncias só podiam ser superadas por via aquática. Ou os índios nos mandavam alguém que nos levasse, de canoa, até eles, ou nós tínhamos que contratar homens que nos levassem, à remo, até nosso objetivo. O salário era, por exemplo, um canivete. Nessas viagens pelos rios ou através deles, nós ficávamos expostas a vários perigos. O pior deles era a malária. Sobre isto, eu conto depois.
Um certo dia eu quase que precisei, eu mesma, do soro contra mordida de cobra. O calor era sufocante. Nós tínhamos acabado de atravessar um rio e estávamos desembarcando do outro lado, que era meio pantanoso. Lá, nos pusemos a caminho. Rebecca e eu estávamos ofegantes por causa do calorão que, tanto subia da lama vermelha, como também vinha do ar embaçado. Isto, nos fazia suar em bicas. O que fazer para nos aliviar? As botas não só machucavam como também apertavam as pernas inchadas. Eu fiquei pensando, enquanto caminhava, se eu não deveria trocá-las por sapatos leves. De repente, eu senti duas batidinhas no cano da minha bota direita.
Eu olhei para os meus pés. Eu tinha pisado numa das mais venenosas cobras. Ela tinha mais ou menos meio metro de comprimento e era cor de lama. O animal havia se aprumado, rapidamente, e mordido. Graças a Deus, só no couro duro da bota!“
Graziella perguntou: „ Depois disso você ainda pensa em tirar a bota?“
„Não, Deus me livre!
Na estação da chuva, deveria chover pelo menos um pouquinho cada dia. Mas, neste ano, aconteceu de ter um sol desumano durante semanas. Os poços secaram, também em Rosário-Oeste. Mesmo assim, alguns conseguiram aproveitar-se desta miséria. Eles pegaram seus carros de boi, colocaram barris de gasolina vazios e foram até o rio. Lá, eles os enchiam com o pouco que o rio ainda trazia e vendiam a água nas ruas. Eles cobravam o equivalente a um franco suíço por lata. Isso era muito dinheiro para os primitivos.
Os pobres quase que tinham que renunciar à água, quando, por motivo de febre ou doença, não podiam fazer o longo caminho até o rio. É lógico que o corpo deles ficava duro de sujeira! Um casal me trouxe uma criança que tinha bebido petróleo, de tanta sede que tinha. Eles não reclamaram... foi o destino!
Após o tratamento, eu estava me dirigindo ao meu veículo quando meu nariz sentiu um cheiro de queimado. Eu percebi que estava saindo fumaça do lugar onde eu tinha estacionado o Jeep. Eu corri o quanto pude com a minha mala na mão. Já de longe percebi que o meu veículo estava rodeado de chamas. Um fogo de mais ou menos trinta centímetros de altura crepitava, sem piedade, para o meu lado. Mais uma vez as minhas botas duras me salvaram. Eu arregacei o meu vestido, respirei fundo e pulei através do fogo. Eu joguei a maleta no banco vazio, me sentei ao volante, liguei o carro, pisei na táboa e fui embora! – Imediatamente eu tirei o pé do acelerador. O embalo foi suficiente para me por fora do fogo. Eu voltei devagarinho.
Mais tarde, eu ficava toda arrepiada, quando me lembrava desta aventura. Eu sabia que havia tido muita sorte, pois, um fogo desses se alastraria rapidamente pela caatinga seca. O que teria acontecido, se eu tivesse saído um minuto mais tarde da cabana?“
Rita ponderou: “Certamente você deve ter agradecido a Deus. E o que aconteceu à mulher que estava sendo atendida. Ela morreu no incêndio?“
„Não. Ela saiu da casa dela a tempo e o vento, também, levou o fogo em outra direção. Mas não é raro acontecer que pessoas, principalmente doentes, não consigam se locomover e morram pelo fogo em suas casas.“
„Nossa, que horror!“
Como nos dias anteriores, Rachel Steingruber conta para suas novas amigas sobre suas vivências no Brasil.
„Rebecca e eu visitávamos, alternadamente, a selva do norte e também a região pantanosa do sul. Longas distâncias só podiam ser superadas por via aquática. Ou os índios nos mandavam alguém que nos levasse, de canoa, até eles, ou nós tínhamos que contratar homens que nos levassem, à remo, até nosso objetivo. O salário era, por exemplo, um canivete. Nessas viagens pelos rios ou através deles, nós ficávamos expostas a vários perigos. O pior deles era a malária. Sobre isto, eu conto depois.
Um certo dia eu quase que precisei, eu mesma, do soro contra mordida de cobra. O calor era sufocante. Nós tínhamos acabado de atravessar um rio e estávamos desembarcando do outro lado, que era meio pantanoso. Lá, nos pusemos a caminho. Rebecca e eu estávamos ofegantes por causa do calorão que, tanto subia da lama vermelha, como também vinha do ar embaçado. Isto, nos fazia suar em bicas. O que fazer para nos aliviar? As botas não só machucavam como também apertavam as pernas inchadas. Eu fiquei pensando, enquanto caminhava, se eu não deveria trocá-las por sapatos leves. De repente, eu senti duas batidinhas no cano da minha bota direita.
Eu olhei para os meus pés. Eu tinha pisado numa das mais venenosas cobras. Ela tinha mais ou menos meio metro de comprimento e era cor de lama. O animal havia se aprumado, rapidamente, e mordido. Graças a Deus, só no couro duro da bota!“
Graziella perguntou: „ Depois disso você ainda pensa em tirar a bota?“
„Não, Deus me livre!
Na estação da chuva, deveria chover pelo menos um pouquinho cada dia. Mas, neste ano, aconteceu de ter um sol desumano durante semanas. Os poços secaram, também em Rosário-Oeste. Mesmo assim, alguns conseguiram aproveitar-se desta miséria. Eles pegaram seus carros de boi, colocaram barris de gasolina vazios e foram até o rio. Lá, eles os enchiam com o pouco que o rio ainda trazia e vendiam a água nas ruas. Eles cobravam o equivalente a um franco suíço por lata. Isso era muito dinheiro para os primitivos.
Os pobres quase que tinham que renunciar à água, quando, por motivo de febre ou doença, não podiam fazer o longo caminho até o rio. É lógico que o corpo deles ficava duro de sujeira! Um casal me trouxe uma criança que tinha bebido petróleo, de tanta sede que tinha. Eles não reclamaram... foi o destino!
Após o tratamento, eu estava me dirigindo ao meu veículo quando meu nariz sentiu um cheiro de queimado. Eu percebi que estava saindo fumaça do lugar onde eu tinha estacionado o Jeep. Eu corri o quanto pude com a minha mala na mão. Já de longe percebi que o meu veículo estava rodeado de chamas. Um fogo de mais ou menos trinta centímetros de altura crepitava, sem piedade, para o meu lado. Mais uma vez as minhas botas duras me salvaram. Eu arregacei o meu vestido, respirei fundo e pulei através do fogo. Eu joguei a maleta no banco vazio, me sentei ao volante, liguei o carro, pisei na táboa e fui embora! – Imediatamente eu tirei o pé do acelerador. O embalo foi suficiente para me por fora do fogo. Eu voltei devagarinho.
Mais tarde, eu ficava toda arrepiada, quando me lembrava desta aventura. Eu sabia que havia tido muita sorte, pois, um fogo desses se alastraria rapidamente pela caatinga seca. O que teria acontecido, se eu tivesse saído um minuto mais tarde da cabana?“
Rita ponderou: “Certamente você deve ter agradecido a Deus. E o que aconteceu à mulher que estava sendo atendida. Ela morreu no incêndio?“
„Não. Ela saiu da casa dela a tempo e o vento, também, levou o fogo em outra direção. Mas não é raro acontecer que pessoas, principalmente doentes, não consigam se locomover e morram pelo fogo em suas casas.“
„Nossa, que horror!“
Nenhum comentário:
Postar um comentário