Nos dias em que vivemos têm faltado à nossa adolescência e juventude modelos de heróis verdadeiros. À falta deles, elegem-se protótipos comuns e até perniciosos para serem seguidos.
Mas, o que será um verdadeiro herói?
Pode ser um anônimo incompreendido, que paga o alto preço de se ver a sós, defendendo ideias que sua consciência cataloga como as corretas.
O preço, por vezes, é bastante alto.
Em 1958, um oficial de carreira do exército romeno foi sumariamente julgado e condenado a 25 anos de prisão. Seu crime foi permitir-se criticar o sistema.
Ele era um idealista, que percebera a corrupção e ousara expor a hipocrisia do comunismo na prática, ele, que era general daquele regime.
Durante 6 anos, foi desconhecido o seu paradeiro, até que, em 1964, com a anistia a prisioneiros políticos, um estranho magro e pálido retornou para casa.
Foram apenas 8 meses em que filhos e pai buscaram superar a barreira imposta pelos anos de ausência.
Foi então que faleceu o líder romeno, autor da liberalização política do país. Com a subida ao poder de Nicolae Ceausescu, o desastre aconteceu.
A família conseguiu emigrar para os Estados Unidos, mas ele não.
Para todos os conhecidos e parentes aquele homem era um fracassado.
Atirara pela janela a brilhante carreira militar, não pensara na família, tudo porque tivera uma crise de consciência e se recusara a trair os seus princípios.
Em um diário descreve seus sentimentos na rotina do dia a dia que a prisão lhe impôs. Ele tinha 45 anos quando toda sua vida ruiu.
Diz ele: Tive todos os motivos para ser feliz, uma esposa adorável, dois filhos bonitos, carreira bem sucedida. Mas diariamente passava com minha limusine por ruas cheias de gente desesperada e faminta, aguardando eternamente mantimentos em lojas cujas prateleiras estavam vazias.
Minha mulher implorava para que eu ficasse calado e pensasse em minha família.
Queria que meus filhos crescessem órfãos?
Havia tantos prisioneiros, tantos desaparecidos!
Por que flertar com a autodestruição? O que eu esperava obter com isso?
Eu poderia ter optado por olhar em outra direção, fechar os olhos.
Mas como poderia?
Mais adiante, ele poetiza, traduzindo seu estado d'alma tranquilo:
Não me preocupo com o vento e a nevasca, nem com o frio que entra em meus ossos. Nunca na vida me senti mais livre.
Meu Espírito está intacto! Aprendi a cantar sem som e a escrever sem papel. Apesar de tudo, o homem é o ser mais maravilhoso e completo da natureza!
Por esse motivo, nunca devemos perder a fé em sua grandeza, em seu direito de ser valorizado e amado.
O herói ficou livre em 1989 e foi visitar a família nos Estados Unidos. Depois, retornou à sua pátria, para procurar nos arquivos da polícia secreta o manuscrito do seu livro, causa de sua prisão.
* * *
Os valores insignificantes, segundo a experiência de muitos, realizam obras reais na construção da vida.
Quando o homem se preocupa em adquirir os valores transitórios, desdenha a edificação interior e desconsidera a capacidade de produzir tesouros imperecíveis para o Espírito.
Redação do Momento Espírita com base no texto O que os heróis nos ensinam,
de Irina Eremia Bragin, publicado em Seleções Reader´s Digest de fevereiro
de 1998 e no verbete Valor, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 01.03.2010.
de Irina Eremia Bragin, publicado em Seleções Reader´s Digest de fevereiro
de 1998 e no verbete Valor, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 01.03.2010.
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