2 de out. de 2025

Esse saiu ao pai

 

Em tempos idos, quando se queria dizer que um filho havia herdado certas características de um dos seus progenitores, dizia-se: Esse saiu ao pai. Saiu à mãe.

Também se falava: Puxou a esse ou aquele.

Se percebemos traços de teimosia na criança e temos alguém na família com tal rótulo, logo sai a expressão: Esse puxou fulano! E pai e mãe são sempre os mais votados.

Será que herdamos traços da personalidade dos pais, dos familiares?

Seria possível uma criança ainda pequena ser, por exemplo, extremamente ciumenta com suas coisas, porque sua mãe é assim ou era na sua infância?

Seria possível um menino ser brigão na escola porque seu pai é do tipo valentão?

As ciências tradicionais nos esclarecem a respeito das parecenças físicas. Como não é campo delas entrar na esfera do Espírito, precisamos buscar o que diz uma ciência específica.

A ciência que trata da natureza, origem e do destino dos Espíritos.

Ao estudar a questão da transmissão das parecenças morais dos pais aos filhos, os estudos da alma informam que o corpo deriva do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito. Entre os descendentes das raças apenas há consanguinidade.

Isso demonstra que não existe hereditariedade moral, da mesma maneira que existe hereditariedade biológica.

Então, de onde vêm as parecenças morais que costuma haver entre pais e filhos?

É ainda na fonte da Espiritualidade benfeitora que colhemos as ponderadas explicações:

É que uns e outros são Espíritos simpáticos, que reciprocamente se atraíram pela analogia dos pendores.

Isso quer dizer que essas similaridades que eventualmente encontramos são traços que eram de cada um desses Espíritos.

E se constituem uma das razões de tornarem a se reunir numa mesma família.

Habitualmente, nossas avaliações de parecido com este ou com aquele são rasas ou até em tom de brincadeira.

Por vezes, comparamos traços que são comuns para a maioria de nós, Humanidade.

Por exemplo, a probabilidade de dois ou mais ditos teimosos se reunirem num mesmo ambiente é bastante alta. É uma característica marcante da alma orgulhosa em crescimento.

Outras vezes, o tempo de convívio com mãe e pai faz com que os filhos desenvolvam certo comportamento. Tudo fruto da educação.

Consideremos que grande é a influência que exercem os pais sobre os filhos. Sua missão é contribuir para o progresso desses Espíritos, que lhes são confiados pelo Pai Celeste.

Trata-se de uma tarefa que podemos chamar excelsa missão: conduzi-los para o bem, para as coisas edificantes.

Lembremos que estamos, principalmente na família, com almas com as quais nos afinamos ou com as quais temos compromissos. Isso, por si só, já nos faz descobrir muitos traços em comum.

Que essas parecenças nos sirvam para nos conhecer um pouco melhor, que sirvam como laboratório de autoconhecimento. E entendamos que, no estágio em que estagiamos, neste agora, todos estamos ainda bem parecidos.

Redação do Momento Espírita, com base na
 questões 207 e 208, de 
O Livro dos Espíritos,
 de Allan Kardec, ed. FEB.
Em 30.8.2025





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