
2. Primeira Viagem ao Brasil (parte I)
As cinco amigas do lar de velhinhos de Brissago aguardavam ansiosas a hora do almoço. O início da história da vida da Raquel Steingruber as impressionou tanto que elas esperavam curiosas a continuação. Como a juventude de algumas delas foi parecida com a de Raquel, elas achavam que agora, com a narrativa da primeira viagem ao Brasil, o componente exótico e desconhecido deveria chegar.
Enfim chegou a hora! Elas cumprimentam calorosamente a visitante, almoçam mais rápido do que de costume e se sentam novamente no terraço quentinho. Depois que Graziella serviu o café, e todas tomaram seus lugares, Raquel começa:
”Em1949, eu recebi uma carta de meu irmão caçula Benjamim, contando da incrível miséria no Brasil. Ele já havia começado, a alguns anos atrás, a concretizar seu sonho juvenil. Desde a sua infância ele se sentia fascinado pelas histórias da selva, dos animais selvagens e dos índios.”
Maria interrompeu: ”Eu me lembro do Benjamim, nós estivemos na mesma classe durante três anos. Já naquele tempo ele ficava com os olhos brilhantes quando ouvia falar de terras distantes. Porém, eu não sabia que ele tinha conseguido realizar esse sonho juvenil”.
”Benjamim ouviu falar que no Paraguay estavam precisando de bons mecânicos. Então ele abandonou a pátria e emigrou. Porém, seu espírito aventureiro não o deixou chegar ao seu destino. Ele mergulhou nas imensas selvas do Mato Grosso - o Inferno Verde.
Ele trabalhava como peão nas fazendas, colhendo borracha, para ganhar o seu sus-tento. Os seus colegas índios lhe ensinavam como viver na selva. O jovem, que tinha abandonado a civilização, vivia agora da maneira que sempre quis.
A felicidade da nossa família foi perturbada pela morte de nossos pais. Eu queria afastar a minha tristeza e resolvi visitar o meu irmão na longíqua América do Sul. Ele adorou a notícia da minha vinda e avisou a todos os seus amigos e colegas, isto é, grande parte da cidade de Cuiabá e redondezas. Ele me conhecia muito bem e sabia que eu não viria fazer férias de descanso e sim ajudar os pobres. Ele não me aguardou sozinho no aeroporto, foi logo me apresentando ao médico chefe da Maternidade de Cuiabá. Este imediatamente me contratou, a pequena e magrela enfermeira suiça, como enfermeira chefe. O meu salário não era mais alto do que uma gorgeta. Mesmo assim, eu fiquei trabalhando naquela cidade por um ano. Este pagamento era apenas simbólico. Em todos esses decênios no Mato Grosso, eu nunca aceitei pagamento de ninguém. Isto de propósito, pois, os pobres teriam ficado sem jeito de me procurar, sabendo que não tinham dinheiro para o pagamento.
As cinco amigas do lar de velhinhos de Brissago aguardavam ansiosas a hora do almoço. O início da história da vida da Raquel Steingruber as impressionou tanto que elas esperavam curiosas a continuação. Como a juventude de algumas delas foi parecida com a de Raquel, elas achavam que agora, com a narrativa da primeira viagem ao Brasil, o componente exótico e desconhecido deveria chegar.
Enfim chegou a hora! Elas cumprimentam calorosamente a visitante, almoçam mais rápido do que de costume e se sentam novamente no terraço quentinho. Depois que Graziella serviu o café, e todas tomaram seus lugares, Raquel começa:
”Em1949, eu recebi uma carta de meu irmão caçula Benjamim, contando da incrível miséria no Brasil. Ele já havia começado, a alguns anos atrás, a concretizar seu sonho juvenil. Desde a sua infância ele se sentia fascinado pelas histórias da selva, dos animais selvagens e dos índios.”
Maria interrompeu: ”Eu me lembro do Benjamim, nós estivemos na mesma classe durante três anos. Já naquele tempo ele ficava com os olhos brilhantes quando ouvia falar de terras distantes. Porém, eu não sabia que ele tinha conseguido realizar esse sonho juvenil”.
”Benjamim ouviu falar que no Paraguay estavam precisando de bons mecânicos. Então ele abandonou a pátria e emigrou. Porém, seu espírito aventureiro não o deixou chegar ao seu destino. Ele mergulhou nas imensas selvas do Mato Grosso - o Inferno Verde.
Ele trabalhava como peão nas fazendas, colhendo borracha, para ganhar o seu sus-tento. Os seus colegas índios lhe ensinavam como viver na selva. O jovem, que tinha abandonado a civilização, vivia agora da maneira que sempre quis.
A felicidade da nossa família foi perturbada pela morte de nossos pais. Eu queria afastar a minha tristeza e resolvi visitar o meu irmão na longíqua América do Sul. Ele adorou a notícia da minha vinda e avisou a todos os seus amigos e colegas, isto é, grande parte da cidade de Cuiabá e redondezas. Ele me conhecia muito bem e sabia que eu não viria fazer férias de descanso e sim ajudar os pobres. Ele não me aguardou sozinho no aeroporto, foi logo me apresentando ao médico chefe da Maternidade de Cuiabá. Este imediatamente me contratou, a pequena e magrela enfermeira suiça, como enfermeira chefe. O meu salário não era mais alto do que uma gorgeta. Mesmo assim, eu fiquei trabalhando naquela cidade por um ano. Este pagamento era apenas simbólico. Em todos esses decênios no Mato Grosso, eu nunca aceitei pagamento de ninguém. Isto de propósito, pois, os pobres teriam ficado sem jeito de me procurar, sabendo que não tinham dinheiro para o pagamento.
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