Bertrand Russel é considerado um dos maiores filósofos do século XX. Suas obras trafegam pelos campos da matemática, da lógica e da moral com igual desenvoltura.
Em 1959, ele foi entrevistado pela Rede Britânica de Televisão, a BBC. Contava, então, oitenta e sete anos.
Entre outras questões, o repórter propôs que ele dissesse, dentre as lições que aprendera em sua vida, algo que reputasse de importância para as gerações futuras do próximo milênio.
Russel respondeu que apreciaria oferecer um conselho de aspecto moral. E sintetizou: O amor é sábio, o ódio é tolo.
E continuou seu raciocínio: Neste mundo, que está ficando mais e mais conectado, temos que aprender a tolerar uns aos outros.
Temos que aprender a aceitar o fato de que algumas pessoas dizem coisas de que não gostamos. Só podemos viver dessa forma.
Se estamos vivendo juntos, precisamos aprender a bondade da caridade e da tolerância, o que é absolutamente vital para a continuação da vida humana neste planeta.
Com quase noventa anos de existência, inúmeros livros publicados, aulas e conferências proferidas, prêmios e reconhecimento recebidos, Bertrand Russel conclui pelo simples e aconselha que é necessário nos tolerarmos.
E que amar é uma questão de sabedoria, posto que o ódio é tolo.
Muitos de nós investimos nosso tempo, esforço, energia e raciocínio desenvolvendo desamor, em relação ao nosso próximo.
É natural que essa ou aquela pessoa venha a falar coisas de que não gostamos.
Uns dão palpite em nossa vida, sem que tenhamos solicitado, mesmo sem conhecerem o que nos está acontecendo e que nos levou a tomar essa ou aquela atitude.
Outros nos criticam, dizendo que deveríamos ter tomado outra decisão, agido de forma diversa, mesmo sem nunca nos terem oferecido sua ajuda, nos nossos momentos de dificuldades.
É natural que assim seja. Cada um de nós tem seus próprios conceitos, verdades e visão de mundo.
E, não raro, acreditamos que nossos valores e percepções podem servir para todos.
Assim, facilmente, damos conselhos e palpites onde não somos chamados a ofertá-los. Ou criticamos pessoas e instituições com as quais não colaboramos.
Uma boa sugestão é principiarmos a usar a empatia, a compreensão.
A possibilidade do contato intenso com todos e com tudo, graças àquilo que a tecnologia nos oferece, é oportunidade para desenvolvermos a tolerância.
Ser compreensivo, tolerante e paciente isolado do mundo é tarefa fácil e pouco desafiadora.
O grande desafio da atualidade é aprendermos, como nos alerta o filósofo, a nos servirmos da bondade, da caridade e da tolerância.
Por fim, recordemos do ensinamento dos Espíritos nobres, conforme se encontra em O livro dos Espíritos: a caridade consiste na tolerância para com todos, na indulgência para as imperfeições alheias e no perdão das ofensas.
Assim agindo, esforçando-nos para aprender essas virtudes, estaremos trilhando o caminho da sabedoria e o do amor, tal como aconselhou o sábio pensador britânico.
Redação do Momento Espírita.
Em 22.7.2017.
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