
2. Primeira Viagem ao Brasil (parte IV)
Em St.Gallen, começou um período rigoroso, mas repleto de oportunidades para aprender. Eu assistia à quase dez partos por noite. De dia eu estudava na sala de teoria e também praticava. Como o meu reitor sabia que eu iria voltar para um lugar onde teria que trabalhar sozinha, me ensinava os casos mais complicados. Assim, recebi o diploma de parteira.”
Ana perguntou: ”Não foi a Rebecca que fez também o curso de enfermeira ?”
”Foi. Assim como eu, ela também concluiu o Curso da Cruz Vermelha. Ela me ajudou durante muitos anos no Brasil.
Havia se passado mais de um ano desde que eu tinha deixado Cuiabá. Neste período, eu tinha uma correspondência assídua com meu irmão. Assim, eu fiquei sabendo que, desde a minha partida, a situação da Maternidade, realmente, tinha melhorado. Eles tinham contratado mais um médico e uma enfermeira formada. Na correspondência, havia também um pedido de socorro de um casal de missionários de um lugar a mais de cem quilômetros ao norte. Lá, não havia assistência médica nenhuma e uma miséria ainda maior. Benjamim me perguntava se eu podia me decidir à ir para lá. Mais detalhes ele não contou. Naturalmente eu seria muito benvinda na Maternidade. Ele pediu que eu me decidisse, caso eu não tivesse mudado os meus planos, e resolvido permanecer na vida confortável da pátria.
Será que o meu senhor irmão me conhecia tão mal? Ou ele estaria preocupado por eu, aparentemente, não parecer muito forte. Seja como for, eu não exitei muito. Decidi aceitar o pedido dos missionários, que por sinal pareciam ser americanos. Eu imaginava que eles só tinham conhecimentos de trabalho evangélico e, provavelmente, estariam sem saber como enfrentar a situação lá encontrada.
Eu conversei com o meu chefe: Como descreveu meu irmão, não existia nenhum médico numa área de mais de cem quilômetros. Eu só poderei contar comigo mesma.“
Ele sacudiu a cabeça: „Será que isto existe mesmo? Uma cidade com mais de dois mil habitantes sem médico ?“
„Condições, como são encontradas lá, são difíceis de se entender na Europa
Nenhum comentário:
Postar um comentário